terça-feira, 27 de setembro de 2011

EXPOSICÃO FOTOGRÁFICA (on line )



Henning MANKELL, visitando a exposicão;

segunda-feira, 11 de julho de 2011

ECAS 4 Uppsala

Uma recordacão do dia 16/Junho/2011. Uppsala.

domingo, 15 de maio de 2011

Humor ....



quarta-feira, 11 de maio de 2011

Livro

Saiu um livro, com uma entrevista e algumas fotos minhas do período da AIM (Agência de Informacão de Mocambique) aonde trabalhei, durante o período de 1983-88.

Mais informacões poderá-se vêr aqui, neste site;

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Gin Angri




Um livro do nosso amigo e belíssimo fotógrafo; GIN ANGRI. Amanhã (05 de Maio) é o envento pelas, 18h30m (para dar tempo de estarmos lá , dizia o Gin no seu mail)!!! Via Petrarca -9-Como - Itália

Il libro, edito da Nodo libri, è essenzialmente un viaggio fotografico, basato sulle Splendide immagini di Gin Angri, l’unico fotografo ad av...er documentato gli interni del carcere abbandonato. Alle fotografie è associato un intervento artistico di Monica Galanti I testi che ricostruiscono la storia del carcere sono di Fabio Cani.Il volume viene offerto in omaggio a i nuovi “super-abbonati” di ecoinformazioni.





quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Kok Nam homenageado

Kok Nam em Estocolmo, Casa da Cultura. 1993 (?)

Kok Nam recebe Homenagem;
"Fotojornalista, destacou-se a produção de
documentários fotográficos sobre os
diferentes aspectos sociais, políticos,
económicos e culturais do país,
particularmente as fotografias sobre a
vida dos guerrilheiros e libertadores da
Pátria. “As conquistas, as vivências e,
sobretudo, a boa imagem do nosso país
foram divulgadas em várias partes do
mundo, através dos trabalhos do
Fotojornalista Kok Nam”, sublinhou o
ministro da Cultura, Armando Artur." (In média fax 14/12/2010)

sábado, 27 de novembro de 2010

A fotografia fazendo história ...




quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Celebrando Carlos Cardoso: 10 anos depois!!!

foto; Sérgio Santimano; C.C. em frente ao Piri-Piri, 24 de Julho, maputo 1995(?)


Carlos Cardoso events in Maputo

Dia 17 de Novembro, no site do Centro de Integridade Pública (www.cip.org.mz). Abertura de um blog com todas as edições digitalizadas do jornal Metical, lançado por Carlos Cardoso em Julho de 1997.

Dia 18 de Novembro, pelas 15.30, no Cinema Estúdio 222. Aberto ao público interessado.
Gravação do Debate da Nação da STV, a ser transmitido na noite do próximo dia 23 de Novembro, centrado na figura do jornalista Carlos Cardoso, assassinado a 22 de Novembro de 2000.~
Dia 18 de Novembro 5ª feira, –– 18.00 horas
Carlos Cardoso na “Noite de Abraços” - é dedicada ao falecido jornalista, escritor e poeta Carlos Cardoso
Cidade do Maputo, Bar Modaskavalu (Teatro Avenida)
Pedro Muiambo; Ibo Cardoso; família, amigos e antigos colegas; escritores; admiradores e público em geral
O evento, que se enquadra num projecto mais geral por ocasião da passagem dos dez anos da sua morte, contará com a presença do filho do homenageado, Ibo Cardoso, com quem os presentes poderão, num ambiente afectivo e informal, interagir em recordação da figura do pai, personagem incontornável na história da escrita interventiva do Moçambique pós-independência.

Dia 22 Novembro, no local do assassinato, 17 horas.
Inauguração de um memorial em homenagem a Carlos Cardoso no local do seu assassinato. Leitura de poemas de CC e uma breve actuação musical de Ibo Cardoso; deposição de flores.~~



Dia 23 de Novembro, no Teatro Avenida, pelas 18 horas.
Reposição da peça de teatro “A história de um homem honesto”, de Henning Mankel; tertúlia à volta da vida e obra de Cardoso com projecção de slides.
Dia 23, de Novembro, na STV, pelas 22 horas.
Debate da Nação à volta da vida e obra de Carlos Cardoso.

domingo, 14 de novembro de 2010

Em memória

No barco Maxixe-Inhambane (1987)foto Sérgio Santimano

CANTIGA DO BATELÃO;
Se me visses morrer
os milhões de vezes
que nasci.
Se me visses chorar
os milhões de vezes
que riste...
Se me visses gritar
Os milhões de vezes
Que me calei....
Se me visses cantar
os milhões de vezes
que morri
E sangrei...
Havias de sofrer
A sangrar vivo
milhões de mortes
como eu
José Craveirinha

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

”África em foco”

África em foco
Bok & Bibliotek (Göteborg Book Fair), 23- 26 Setembro 2010 (introdução)
Realizou-se em Gotemburgo mais um BokMässa (Feira Internacional do Livro).
Este ano como convidado principal vários Países africanos com os seus escritores.
Na abertura oficial esteve a escritora Nigeriana Sefi Atta que viria a receber pelas mãos da ministra da cultura sueca Lena Adelsohn o prémio literário “Noma Award”; Carin Norberg, directora do Instituicão Nordica para África, também participou neste acto, abrilhantado depois com a presenca músical de Dobet Gnahoré (Costa do Marfim).
Pelo palco desta feira em Gotemburgo foram desfilando mais de 70 convidados, dez editores de 28 Países africanos, 62 seminários, entrevistas ou apresentações.
Um conhecido escritor dizia que de África, conhecemos as suas danças, os seus batuques, praias , hoteis de luxo, etc., mas sobre a sua intelectualidade pouco ou nada sabemos deste continente…
De uma maneira geral, pelas palestras por mim presenciadas, notava-se por parte de alguns escritores um certo desânimo sobre a realidade actual, interrogando-se as geracões que lutaram e se sacrificaram pelas suas idependencias e liberdades, se era isto que se vê nos dias de hoje o espelho das suas aspiracões….?
Sem dúvida que este foi um grande passo para a divulgação dos escritores do nosso continente, muitos deles já com grande projecção internacional, e sempre com aquela vontade de a este estágio virem a chegar muitos mais, num futuro breve… Procurando aumentar mais o interesse pela literatura africana na “cena internacional”. Certamente que em quatro dias não se pode conhecer tudo sobre a literatura deste continente, mas um passo importanto foi já dado, não só o de trazer os escritores africanos como também as suas editoras, porque são estas, afinal, que tem a possibilidade de fazer a divulgação dos livros nos paìses nórdicos. Sem duvida que esta apresentacão da literatura africana nos paises nórdicos foi a maior de sempre!
Photo e texto by Sérgio Santimano

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

para site de fotografia africana

Kari JANTZEN (fotógrafa norueguesa) by Sérgio Santimano, Gotemburgo/Setembro 2010.
AFRICAN PHOTOGRAPHERS & Diaspora DEADLINE EXTENDED TO 30 OCT 2010



The webzine "This is Africa" has asked me to "curate" a weekly slideshow of interesting work by the new generation of African photographers (at "home" and abroad). 10 - 15 images per slideshowIf interested, kindly send me images on nonstick23@gmail.comof your work as well as contact details, and we'll take it from there.

(esta mensagem vem da minha amiga e fotógrafa Lolo VELOKO).

quinta-feira, 14 de outubro de 2010


A. Magaia homenageado com lançamento de livro

14/Outubro/2010 O jornalista e escritor moçambicano Albino Magaia, falecido a 26 de março de 2010, foi homenageado esta quarta-feira, em Maputo, numa cerimónia que teve lugar no Centro Cultural Universitário em que o mote foi o lançamento da sua sexta obra literária.
Moçambique: Raízes, Identidade Nacional” é o título do livro de Albino Magaia, lançado a título póstumo, no qual o jornalista e escritor propõe uma reflexão sobre a identidade cultural e políticas nacionais, no contexto da história e unidade nacional.
Editada pela editora Ndjira, com o patrocínio da mcel, a obra faz uma abordagem contemplativa sobre a origem de uma nação, com base na construção de uma identidade.
O namoro entre a Ndjira e Albino Magaia para a publicação desta obra iniciou há longa data, mas só em Fevereiro deste ano é que começou a ganhar corpo a ideia de transformar os escritos do jornalista em livro, graças a aproximação existente entre o autor e a editora, na pessoa de Fernando Couto, segundo explicou Ceslo Muianga da editora Ndjira.
Numa cerimónia a que estiveram presentes amigos e colegas do malogrado, coube ao jornalista e escritor Tomás Vieira Mário fazer a apresentação da obra e retratou a "aversão ao conformismo" que sempre caracterizou Albino Magaia na sua incessante luta pela construção de uma identidade nacional. “Albino Magaia foi um intelectual público que não se fechou no campo universitário, saiu à rua atraves da publicação de livros e de entrevistas em que o seu patriotismo era por demais evidente”.
Intervindo na cerimónia de lançamento da obra, o Presidente do ConseIho de Administração da Moçambique Celular, Teodato Hunguana, referiu que “ cabe à mcel exprimir a emoção, alegria e orgulho, de termos tido a oportunidade de nos associarmos a este ritual de lançamento do livro de Albino Magaia”.
“Magaia foi-se libertando da lei da morte, ao longo da sua vida como escritor e como jornalista, através do seu legado”, disse Hunguana, realçando que “temos indicações de que vamos encontrar nesta obra a continuação da partilha de ideias: temos a certeza que encontraremos um Magaia dialogando connosco, discutindo e debatendo ideias e isso o perpetua entre nós”.
Na ocasião o poeta calane da Silva declamou um dos poemas de Albino Magaia intitulado “Nós descolonizámos o Land Rover” como forma de recordar o lado nacionalista do escritor, algo também referenciado por Lina Magaia, irmã do jornalista, que em nome da família referiu que esta obra “é um contributo para a reflexão da moçambicanidade”.
Albino Fragoso Francisco Magaia nasceu a 27 de Fevereiro de 1947 e, em vida, publicou cinco obras, nomeadamente “Trilogia do Amor” (poesia), “Informação em Moçambique: A Força da Palavra” (ensaio), “Malungate” (prosa), “Yô Mabalane!” (prosa) e “Assim no tempo derrubado” (poesia).
Alfredo Lituri (Texto e Fotos)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Livro de Albino Magaia sai quarta-feira em Maputo

foto; Sérgio Santimano (Nacala) 1995.
13-Outubro-2010
“MOÇAMBIQUE: raízes, identidade e unidade nacional” é o título de um livro do falecido escritor e jornalista Albino Magaia, que passou pelo “Notícias” e que a editora Ndjira lança na quarta-feira em Maputo. Com uma apresentação do escritor Ungulane Ba Ka Khosa, a cerimónia de lançamentento desta obra terá lugar na Imprensa Universitária, da UEM.
A obra, em que Magaia esteve empenhado até poucas semanas antes de perder a vida em Março, é uma abordagem àqueles três temas que o malogrado defendia serem de actualidade e de necessidade de debate no seio dos moçambicanos e com particular incidência para os jovens.

“Moçambique: raízes, identidade e unidade nacional” é uma viagem que o autor fez em factos e processos históricos do nosso país desde o eclodir das primeiras formas de manifestação do nacionalismo dos moçambicanos, algumas das quais ele testemunhou na sua juventude na cidade de Maputo.

Albino Magaia, decano do jornalismo, escritor e veterano da luta contra o colonialismo português em Moçambique, faleceu em Maputo aos 63 anos em finais de Março, vítima de doença. Até à data da sua morte o intelectual era administrador na Sociedade do Notícias, casa que serviu também como director.

As qualidades jornalísticas de Albino Magaia começaram a evidenciar-se ainda no período colonial. No entanto, foi na revista “Tempo” que ele atingiu o auge, tornando-se, no período áureo daquele semanário, num homem incontornável no jornalismo moçambicano do pós-independência. Mais tarde foi administrador-delegado da Sociedade do Notícias, de que era, até à data da sua morte, administrador no respectivo Conselho de Administração.

Durante a juventude e movido pelo espírito e pelos ventos da procura da liberdade para o seu país, Albino Magaia juntou-se ao movimento nacionalista que foi a Frelimo. Chegou a ser preso pela PIDE, a polícia política portuguesa, tendo cumprido pena na cadeia de Mabalane, em Gaza. Descreveu as memórias dos seus tempos de prisioneiro no livro “Yo Mabalane”, que lançou em 1983.

Para além de jornalista e combatente pela libertação dos moçambicanos do jugo colonial português, Magaia foi também um escritor apreciado. Foi membro fundador e depois secretário-geral da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO). Como homem das letras, Albino Magaia deixou como herança, para além das memórias de Mabalane, os livros “Malungate” e “Assim no Tempo Derrubado” e uma vasta gama de poemas, contos e outros escritos dispersos em antologias e órgãos de informação.

Albino Fragoso Francisco Magaia foi também membro do Núcleo dos Estudantes Secundários Africanos de Moçambique (NESAM), então presidido pelo actual Chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza. Foi um dos impulsionadores do Sindicato Nacional de Jornalista (SNJ), em tempos Organização Nacional de Jornalistas (ONJ).
Com a devida vénia; in Jornal Noticias (Maputo)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Cobertura

Foto Sérgio Santimano; Sindicato dos escritores Suecos. Estocolmo/Outubro/2010

Sexta, 01 Outubro 2010 14:56 Mia Couto
Não sei se há melhor material literário que um mal-entendido. As nossas vidas estão repletas de situações que descobrimos, tarde de mais, encobrirem algo bem diverso do que pensávamos. O próprio termo “mal-entendido” sugere que a norma seja o “bem-entendido”, quando, na maior parte das vezes, nem sequer damos conta da distância entre expectativa e realidade.
Um desses mal-entendidos ocorreu-me no tempo da Revolução em Moçambique, nesse período em que uma visão chamada de materialista e científica não suponha sequer existirem situações dúbias. O mundo era claro e a preto e branco, e os tons cinzentos eram objecto da maior desconfiança. Nesse mundo claro e simples eu era jornalista. E numa dada manhã, fui mandado fazer a reportagem de um comício num bairro suburbano. Vais cobrir o evento, disseram-me. Seguia num carro do Ministério de Informação, instituição para a qual trabalhava. Era um Mercedes preto cheio de aparência, mas pobre e podre por dentro. O banco da frente estava meio destruído e o motorista instou que me sentasse atrás.
- Atrás? Mas atrás como os dirigentes?, argumentei.
O motorista, porém, resmungou alto ininteligível e lá fomos devagar. A bem dizer, devagar era a velocidade máxima da viatura. No caminho, deparei com um colega da rádio, um jornalista de origem goesa que caminhava penosamente para o mesmo destino. Ele era o mais tímido dos jornalistas que conheci em toda a minha vida. Parei a viatura e ofereci-lhe boleia para o comício que ambos devíamos reportar.
Não demoramos a chegar. Uma multidão se acumulava num descampado e, ao depararem com a nossa viatura, abriram-se alas e um coro de saudações ascendeu aos céus. De imediato entendi: tomavam-nos pelos dirigentes que viriam orientar o encontro. Em desespero, tentei abrir a porta, mas o fecho estava encravado. Ficamos eu e Tiago rodeados por manifestações de júbilo até que o motorista – com a lentidão de um mordomo – nos abriu as portas, confirmando, aos olhos da multidão, o nosso estatuto de chefia.
Assim que saímos do carro, os responsáveis políticos do bairro rodearam-nos com infindáveis vénias e encaminharam-nos para o palanque que, como altar divino, se erguia mais à frente. O ruído era ensurdecedor e os cantos revolucionários não permitiram que nenhum dos anfitriões pudesse escutar as minhas atrapalhadas explicações. Resolvi subir de tom e a minha voz se impôs:
- Nós ficamos aqui, entre as pessoas. Não subimos lá…
A minha voz tinha-se imposto, mas a minha razão não. Porque logo os donos da casa, com um sorriso determinado, retorquiram: “nem pensar, lá é que é o vosso lugar…”
Subi as improvisadas escadas do palanque como quem sobe para um cadafalso. Num ápice e sem poder reagir, eu e o tímido colega, estávamos sentados nas grandes cadeiras de espaldar destinadas ao dirigentes revolucionários. No instante seguinte, o secretário do comité de bairro dirigia-se a um roufenho microfone e pedia à multidão o máximo silêncio para que pudessem escutar “as sábias orientações dos nosso responsáveis máximos”.
A voz me tinha fugido e eu me ocupava apenas em descobrir um copo de água para aplacar a súbita sede que me queimava a garganta. Para meu alívio, percebi que era o meu colega que estava sendo chamado a proceder a uma solene alocução. Era ele que estava sendo tomado pelo líder. “Camarada chefe, clamou o secretário do bairro, as massas populares anseiam por escutar as suas palavras”. Espreitei de soslaio: o meu amigo estava num farrapo. As pernas tremiam-lhe tanto que demorou uma infinidade a reagir. Ainda o escutei balbuciar:
- O que fazemos? E se chegam os autênticos chefes?
Não gostei do termo “autênticos”. Porque me pareceu, de repente, que ele mesmo já se assumia como um “falso” chefe.
- Vai ao microfone e explica…
- Explico o quê?
Não sei se respondi e ele não escutou ou se palavra nenhuma chegou a sair-me da boca. A verdade é que o nosso anfitrião, agora convertido num animador cultural, aproveitara a nossa demora para cantar e passara mesmo para a clamorosa fase dos “vivas” e dos “abaixos”. A multidão respondia em uníssono e era como se aquela sincopada agitação substituísse, em meu peito, o compasso do meu coração. Foi então que vi os pés do meu colega se arrastando como um condenado. Cada passo dele parecia arrancado das entranhas da terra. Chegado ao microfone ele tossiu e disse qualquer coisa de tal modo enrolada que um silêncio pesou em todo o imenso descampado. Levantou o rosto para enfrentar o microfone, e falou em voz trémula.
- Bom, é que nós… eu e o meu camarada colega…, começou ele, e repetiu várias vezes: quer dizer, nós não somos…
O silêncio pareceu agora tornar-se um nevoeiro espesso que inibia o movimento de cada um dos milhares de pessoas presentes. E logo o dinamizador do comício atacou com mais uma série de vivas que eu e o meu acanhado colega debilmente secundamos. E, de novo, se abriu espaço para o que o “sábio” dirigente se dirigisse ao povo. Tiago se ergueu nos bicos dos pés para melhor se fazer escutar:
- É que nós vimos aqui para fazer a cobertura.
E novo silêncio. De repente, alguém da multidão gritou: “a cobertura, finalmente vão fazer a cobertura!” E uma excitada gritaria percorreu os populares como um arrepio. E brados ecoaram, em festa: “a cobertura, vão fazer a cobertura…”
Nesse instante, se escutaram as sirenes. Chegavam os verdadeiros responsáveis políticos. Os presentes se entreolharam espantados. O seu bairro merecia a presença duplicada de dirigentes? Comprovei, então, o poder da aguda estridência das sirenes. Num segundo, a moldura humana à nova volta se desmanchou para se refazer junto da delegação que acabava de chegar. Ficámos (eu e o outro jornalista) abandonados no palco, com o mesmo sentimento que deve afligir líderes depostos e os reis mortos. Aproveitámos o momento para nos esgueirarmos. Quando já entravamos para o carro ainda escutamos algumas pessoas festejando. Festejam a chegada dos dirigentes, sim. Mas festejariam também a chegada da cobertura.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Luis Abelard


Na próxima quinta-feira, dia 23 de Setembro, o Luís faria 50 anos.

Nessa data será apresentado o seu livro “Com as Mãos“, retratos de 24 artistas moçambicanos, um projecto que tanto acalentou nestes últimos tempos.

O lançamento será duplo, em simultâneo. Em Lisboa na Livraria Babel, sita na Av. António Augusto de Aguiar. E no seu Maputo, às 18.30 h., na Associação Moçambicana de Fotografia.

Aí ficará também a exposição fotográfica correspondente ao livro, a qual estará disponível até ao próximo dia 30 (dias úteis: 15 às 20 horas; sáb e dom: 10 às 17 horas).

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Comunicado

Foto; Sérgio Costa

A direcção da Associação Ponte Moçambique Suécia, reunida a 07 de Setembro, decidiu condenar todos os actos de violência verificados nas manifestações de 01 e 02 de Setembro na cidade de Maputo e arredores, incluindo Matola.
Esta associação com base em Estocolmo expressa a sua solidariedade para com as vítimas mortais e inúmeros feridos, registados durante aqueles dias. As manifestações expressaram a onda de descontentamento entre o povo resultante da subida global de preços de produtos e serviços, como água, pão, energia e de todos os alimentos em geral. O levantamento popular foi aproveitado por oportunistas para saques e destruição de bens, actos que a Ponte Moçambique-Suécia condena, bem como o uso de munições reais e de força exagerada pelas autoridades.
Lamenta que os sindicatos não tenham sabido responder ao descontentamento do povo.
A Ponte está aberta a sugestões e vontades de apoio para uma sociedade mais equilibrada que luta pelo desenvolvimento.
A direcção da PONTE


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sol e Pesca da meia -noite

foto; Sérgio Santimano; Pita, Carlitos, eu e Henrique Dias. Agosto 2010.
Era sexta-feira. Depois do jantar na Palhota, resolvemos trocar as voltas à rotina e viramos à esquerda, no fim do beco exclusivo do sr. Fernando. As memórias levaram-nos para outros tempos onde havia locais como o Shangri-Lá e o DJ não fazia má cara quando pediamos música diferente. Encontramos este pequeno bar, mesmo em frente ao defunto Shangri-Lá. Este espaço simpático, de pesca tem tudo e de bar quase nada. Puro engano. Quando se pedem as bebidas elas chegam rápidas e fresquinhas. As novas donas quiseram preservar o espaço tradicional e afrontar os mamarrachos pós-modernos. Este bar tem tudo para aficionados da pesca e apreciadores de enlatados. Chama-se "Sol e Pesca". É mais um poiso para se beber um copo numa zona da um lisboa antiga, que pesca a modernidade com canas do tempo da Maria Cachucha. A não perder.
Antonio Oliveira

http://estradapoeirenta.blogspot.com/

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um livro a sair em breve !!!



Na informacão publicada em cima diz que Albino Magaia faleceu no dia 27 de Marco o que é errado foi no dia 26 de Marco de 2010.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Até sempre!!!

Luís ABELARD - 1960 - 2010 (Agosto)
Não o conheci deste pequeno, conheci-o em 2001 penso eu quando regressei a Mocambique a fim de trabalhar junto á Associacão Mocambicana de Fotografia e realizar o meu projecto fotográfico sobre o Niassa. Desde logo tornamo-nos muito chegados e amigos a fotografia era sem dúvida o grande elo de ligacão!
Num belo dia o Luís convida-me a mim e minha familia para jantar á sua casa. Lá fomos e no momento de se tomar café veio a proposta do projecto que a foto (acima) ilustra, "Ilha a Preto & Cor" com texto de Conceicão Siopa (esposa), em Lisboa "Braco de Prata" a última amostragem púplica!
Os meus grandes sentimentos a familia próxima e á grande familia alargada que ele sabia bem encontrar e unir!
Sérgio Santimano (03 Setembro 2010)